Termos Financeiros usados dia a dia

Temos que apostar que o Brasil está fadado ao crescimento econômico.

Crescimento econômico implica em financiamentos de longo prazo e captação de recursos estáveis (capital de risco).

Portanto, precisamos de um mercado de capitais forte.

Para tanto, se exige investidores bem preparados, com grau de educação financeira sofisticado, conscientes das oportunidades e riscos inerentes às economias capitalistas.

Nesta direção, este glossário que é uma fonte de referência acessível e simples sobre os principais termos utilizados no mercado financeiro.

O público alvo desta obra é todo o cidadão que tem uma poupança resultante do esforço do seu trabalho, e que precisa ser preservada e rentabilizada.

Se pensarmos em platéias mais especializadas destacamos:

  • Executivos financeiros de empresas;
  • Profissionais de instituições financeiras em fase de certificação;
  • Operadores financeiros;
  • Investidores;
  • Prestadores de serviços ao mercado financeiro;
  • Meio acadêmico de nível.

Entre mais de 2.000 verbetes existentes no dicionário financeiro, segue alguns corriqueiros, que aparecem com bastante freqüência nas melhores publicações sobre finanças e economia.

ADR – American Depositary Receipt. Recibo de ações de companhia não sediada nos Estados Unidos, emitido por um banco e custodiado em banco norte-americano. Pode ser negociado nos mercados organizados dos Estados Unidos. Utilizado para captação de recursos no exterior, e para reforçar a liquidez das ações da companhia. È negociado entre investidores institucionais, em Bolsas de Valores, e nos mercados organizados. Investidores podem converter seus ADRs em ações de companhia, e negociá-las no país de origem da companhia.

Balança comercial. Relação entre importações e exportações de bens de um país num prazo determinado. Pode ser deficitária (importações maiores que exportações) ou superavitária, no caso contrário.

Balanço de pagamentos. Registro das transações internacionais de um país num dado período, como um ano ou trimestre civil. Contabiliza a soma das transações entre pessoas e empresas, negócios e agências oficiais, residentes em um país e seus parceiros no Exterior.

Balanço social. Demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações sobre os projetos, benefícios e ações sociais dirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado, acionistas e comunidade. Instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. No balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e comunidade. Sua função principal é tornar pública a responsabilidade social, empresarial, construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.

Bolha. Alta exagerada da cotação de um ativo sem consistência ou fundamentos confiáveis, que induz a ações irracionais por parte de investidores, até que a bolha estoure. Crescimento de uma variável econômica sem fundamento real. Fenômeno de natureza psicológica e especulativa, a qualquer momento a cotação pode reverter à tendência anterior.

C-bond. Um dos títulos de dívida externa do governo brasileiro, emitido dentro do plano Brady e que possui grande liquidez no mercado de dívidas de países emergentes. Título com prazo de 20 anos, emitido em abril de 1994, com juros fixos de 8% ao ano, equivalentes a 4% ao semestre. A cada semestre, parte do juros é capitalizada, incorporando-se ao capital (justificando o nome C-Bond – capitalization bond), e o restante é pago numa escala crescente de juros e decrescentes de capitalização.

CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro.

Título emitido por instituições financeiras, com objetivo de captar recursos de outras instituições financeiras.

No jargão do mercado se diz da taxa de juros que remunera tais depósitos.

Credit score. Modelo estatístico de avaliação do crédito por pontos, em que é conferida uma determinada pontuação, de acordo com características diversas dos tomadores potenciais de crédito financiado. A somatória da pontuação é referência para a concessão ou não do crédito.

Custo Brasil. Custo adicional das operações praticadas com contrapartes brasileiras, se comparadas a operações equivalentes realizadas com contrapartes onde não se considera o risco país. Decorre do conjunto dos fatores que agravam as relações de troca entre o Brasil e os parceiros internacionais, desestimulam a atratividade de investimentos estrangeiros, encarecem o crédito e comprometem a confiabilidade que o país busca ter no mercado internacional. Carga tributária, juros superdimensionados, logística deficiente, má administração monetária e desvalorização cambial, estão entre  os fatores que influenciam o custo Brasil. V. também risco Brasil.

Déficit em conta corrente. Resultado negativo da conta de exportações menos importações de bens e serviços.

Déficit público.

Desequilíbrio nas contas públicas, resultando em despesa maior do que a arrecadação.

Déficit é primário, quando não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa.

Déficit é nominal, quando inclui os juros, inflação e correção monetária.

Derivativo.

Ativo financeiro ou valor mobiliário cujo valor e características de negociação derivam do ativo que lhe serve de referência.

Operação do mercado financeiro em que o valor das transações deriva de comportamento futuro de outros mercados, como o de ações, câmbio ou juros.

Principais tipos de derivados: futuros, opções e swaps.

EMBI+- Emerging Markets Bond Index Plus. Índice para títulos públicos de países considerados como mercados emergentes. Indicador concebido e regularmente divulgado pelo banco JP Morgan. Média ponderada, por país e por tipo de título, da diferença entre as taxas de retorno efetiva e a taxa de juros de bônus do Tesouro norte- americano de mesmo prazo. O sub-índice do EMBI/Brazil é usado no cálculo do risco Brasil. Exemplo: Título de um país emergente, com juro de 5% sobre o valor de face, é negociado a 50% desse valor. Este deságio ocasiona uma taxa de retorno de 10%, porque o título está sendo negociado pela metade de seu valor de face, supondo que o título seja uma perpetuidade, o que dobra o valor relativo do juro. A taxa calculada dessa forma é diminuída da taxa de juros do título equivalente do Tesouro norte-americano, que é, por hipótese, de 2,5%. A taxa de retorno líquida passa a ser de 10% menos 2,5%, ou 7,5%. Estes 7,5% expressos em “pontos de porcentagem”, tornam-se 750 pontos- base, e representam o prêmio pelo risco do país, ou, abreviadamente o risco-país

Golden share. Ação dourada. Parcela do capital de uma companhia, em fase de alienação de controle ou privatização, que permanecerá no poder do antigo controlador, para eventual negociação futura. Quantidade de ações que permanecem como propriedade do governo, que lhe permitem votar matérias de interesse estratégico.

Nesses casos, têm poder de veto, independentemente da quantidade de ações em seu poder.

Índice Bovespa. Índice que acompanha evolução média das cotações das ações negociadas na Bovespa – Bolsa de Valores de São Paulo. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, constituída em 1968, a partir de uma aplicação hipotética. A carteira teórica é integrada pelas ações que, em conjunto, representaram 80% do volume transacionado a vista nos 12 meses anteriores à formação da carteira.

A carteira teórica é composta pelas ações que atenderam cumulativamente aos seguintes critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:

a)estar incluída em uma relação de ações cujos os índices de negociabilidade somados representem 80% do valor acumulado em todos os índices individuais;

b)apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;

c)ter sido negociada a mais de 80% do total de pregões do período. Para que a sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, é feita uma reavaliação quadrimestral, alterando-se composição e peso da carteira. Considerando-se seu rigor metodológico e o fato de que a Bovespa concentra mais de 90% dos negócios do país, trata-se do mais importante índice disponível, permitindo tanto avaliações de curtíssimo prazo como observações de expressivas séries de tempo.

Junk bond. Forma pejorativa para identificar títulos de alto rendimento e risco elevado, avaliados como tal pelas agências de rating.

Mercado Financeiro. Conjunto formado pelo mercado de capitais e pelo mercado monetário. Voltado para a transferência de recursos entre os agentes econômicos, nele são efetuadas transações com títulos de prazos médio, longo e indeterminado, geralmente voltado para o financiamento de capital de giro e de capital fixo.

Precatório. Dívida do Estado cujo pagamento é determinado pela Justiça. Não há mais possibilidade de questioná-la nos tribunais. Se ainda assim não for paga o STF – Supremo Tribunal Federal – pode decretar intervenção federal no Estado devedor. A lei garante que, para quitar os débitos, o Estado pode emitir títulos correspondentes ao valor da dívida.

Rating. classificação. Opinião independente sobre a capacidade do emitente de pagar o principal e os juros do título emitido. É instrumento de medição de riscos e dos sistemas de garantias e cobertura desses riscos. Classificação de risco de um banco, de um país ou de um ativo feita por uma empresa especializada. Expresso em termos de qualidade (excelente a péssima) ou nível de risco (investment grade, inadimplente).

Serviço da dívida. pagamento de juros e principal (valor do empréstimo) de uma dívida.

Superávit cambial. Situação em que o ingresso de capitais estrangeiros supera as saídas.

Superávit fiscal.

Resultado positivo do caixa dos governos federal, municipais e estaduais mais o resultado das empresas estatais. Considera as receitas públicas menos as despesas, incluídos os gastos com o pagamento de juros.

Meta, em relação ao PIB.

Se negativo, chama-se déficit fiscal.

Superávit primário.

Resultado positivo do caixa dos governos federal, municipais e estaduais mais o resultado das empresas estatais. Considera as receitas públicas menos as despesas, excluídos os gastos com o pagamento de juros.

Meta, em relação ao PIB.

Se negativo, chama-se déficit primário.

Taxa over – SELIC. Taxa que serve de referência para o cálculo das outras taxas de juros do Brasil.

Taxa SELIC. Taxa que corresponde à taxa média de juros dos negócios com títulos federais, liquidados através do SELIC.

TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo.

Indexador oficial para operações financeiras, calculando sobre a lucratividade média dos Títulos da Dívida Externa emitidos pelo Brasil, bem como, quando de sua emissão no mercado primário, as dos Títulos da Dívida Pública Mobiliária Interna Federal.

Taxa utilizada para corrigir financiamentos feitos junto ao BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – por empresas com projetos industriais.

Rolar para cima